sexta-feira, 3 de junho de 2011



FESTAS JUNINAS

Somos aquilo que vivemos. Melhor dizendo, o somatório de tudo o que vivenciamos ao longo de nossa história forma o que somos hoje. Pensando dessa forma reforço ainda mais a minha convicção de que sou forrozeira por natureza, essência e criação. E, do mesmo modo, nordestina de corpo e alma.

Com a chegada dos festejos juninos é inevitável recordar os velhos tempos. Desde menina gostei de participar de quadrilhas, dança do coco, pastoril e apresentações folclóricas. 
Ainda na escolinha de pré escolar do Lions Clube na Ladeira do Brito já participava das festas juninas dançando quadrilha com vestido de babados, tranças, laços de fitas e chapéu nos cabelos, tamanco nos pés e peneira na mão. 
Ao ingressar no primário no Grupo Escolar Fernandes Lima na antiga Rua do Sol também participei todos os anos, inclusive dos concursos para rainha do milho. A escola ficava um alvoroço, mas eu adorava aquela movimentação toda, a escolha dos pares, as músicas, os ensaios e, por fim, a apresentação para os professores e pais.
Lembro de minha mãe, que também adorava dançar, toda empolgada para me enfeitar, mandar confeccionar vestido e todos os preparativos para as apresentações e de como se esforçava para convencer papai para que ele deixasse eu participar. Papai, apesar de durão, na época, foi quem me ensinou a dançar e tomar gosto pelo forró. Pé de valsa até hoje, ele me colocava em cima de seus pés e saía pela sala dançando xote. Eu adorava aqueles momentos.
Quando entrei para o ginásio no Colégio Cônego Machado no Farol, também participei de algumas quadrilhas e apresentações. Mas foi ao ingressar para o Colégio Lyceu Alagoano ( antigo Colégio Estadual) que, levada por uma amiga que morava na Avenida Moreira e Silva, perto da Embratel, passei a participar de um grupo que dançava quadrilha na Praça Sergipe. Era uma farra deliciosa. Após as apresentações, ficávamos ali no palhoção vendendo bebidas e comidas típicas, dançando forró, paquerando e namorando. Os ensaios aconteciam na casa de um dos participantes do grupo, ali mesmo na Praça Sergipe e resultavam em ótimas risadas. Fiz muitos amigos ali. O grupo era entrosado e fazia sucesso. Tanto que até nos apresentávamos na Praça da Faculdade em concurso de quadrilhas naquela época.
Hoje não posso ouvir um triângulo, uma zabumba e uma sanfona que quero logo sair dançando serelepe pelo salão.
Que má lhe pergunte: Onde tem forró hoje? Me chama que eu vou!